A ARTE DE AMAR – Erich Fromm e a história de Keka

Livro: A ARTE DE AMAR

Autor: ERICH FROMM – Edição de 1986
“…É bem sabido que os pobres são mais inclinados a dar do que os ricos. Não obstante, a pobreza além de certo ponto pode tornar possível dar e assim é degradante, não só pelo sofrimento que causa diretamente, mas pelo fato de privar o pobre da alegria de dar.
A mais importante esfera de dar, entretanto, não é a das coisas materiais, mas está no reino especificamente humano. Que dá uma pessoa a outra? Dá de si mesma, do que tem de mais precioso, dá de sua vida. Isto não quer necessariamente dizer que se sacrifique sua vida por outrem, mas que lhe dê daquilo que em si tem de vivo; dê-lhe de sua alegria, de seu interesse, de sua compreensão, de seu conhecimento, de seu humor, de sua tristeza – de todas as expressões e manifestações daquilo que vive em si. Dando assim de sua vida, enriquece a outra pessoa, valoriza-lhe o sentimento de vitalidade o seu próprio sentimento de vitalidade. Não dá a fim de receber; dar é em si mesmo, requintada alegria . Mas, ao dar, não pode deixar de levar alguma coisa à viva da outra pessoa, e isso que é levado à vida de volta no doador; ao dar verdadeiramente, não pode deixar de receber o que lhe é dado de retorno. Dar implica fazer da outra pessoa também um doador e ambos compartilham da alegria de haver trazido algo à vida. No ato de dar, algo nasce, e ambas as pessoas envolvidas são gratas pela vida que para ambas nasceu. Com relação especificamente ao amor, isso significa: o amor é uma força que produz amor…” (FROMM,Erich – A Arte de Amar, pag. 47)

Este trecho cabe verdade a tantas pessoas, que aqui não poderia elencar, portanto, vai o exemplo de KEKA:

Uma pessoa que já viveu muitas lições, que com o pouco aprendeu multiplicar. Após alguns anos de apuros financeiros, decidiu que não passaria outro Natal sem presentear sua netas. O que poderia uma mulher sem dinheiro, dar as suas netas?

Keka não é uma mulher desprovida de talentos, mas ela não tinha contato com eles há um bom tempo. Ao se questionar a luzinha foi iluminando aos poucos sua capacidade de materializar um desejo. Então, ela foi a uma loja de muitos artigos, baratinhos, e encontrou umas forminhas de plástico, voltou para sua casa e criou uma receita de Biscoitos. Ela deu de si toda a motivação em cada biscoito que modelava. Depois dos biscoitos assados, colocou-os em saquinhos plásticos apropriados, amarrou-os com fita e deu de presente as suas netas.

Para Keka, foi uma alegria extraordinária e para as netas, o prazer de degustar os biscoitinhos da vovó que foram feitos especialmente para elas. Alguns dias depois, Keka fez outros biscoitos com a mesma receita e acreditem ou não, os biscoitos não atingiram a altura dos primeiros. Qual a diferença já que a receita foi a mesma? O AMOR, esse era o propósito, somente amor…

Tupã, 28/01/2018

ELIZETE DA ROCHA MARTINS

 

 

A ARTE DE AMAR – Erich Fromm e a história de Keka

2 opiniões sobre “A ARTE DE AMAR – Erich Fromm e a história de Keka

  • 4 de março de 2018 em 22:35
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    O amor move todas as coisas para o bem, mesmo que sejam biscoitos adicionados com o “ingrediente amor”
    Quem semeia amor, colhe felicidade, alegria e carinho!

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    • 5 de março de 2018 em 16:06
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      Muito grata pelas observações!

      Resposta

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